Uma Semana de Florentinos!

Isto é o título

Com pouco mais de uma semana de Florentinos, não posso estar mais satisfeito com a adesão das pessoas a este projeto.

Se me dissessem há 15 anos atrás, “Vais criar um site com o intuito de promover a comunicação entre as pessoas, e a difusão da opinião das pessoas das Flores.” eu claramente não acreditaria.

Em primeiro lugar porque escrever não era para mim uma paixão, sempre gostei mais das ciências principalmente da Matemática e da Física.

Em segundo lugar pela minha fraca apetência nas línguas, nunca fui um aluno brilhante nessa matéria, pelo contrário até, sempre fui um aluno mediano. Mas isso não se deveu à falta de qualidade dos Professores, porque na área tive a sorte de ter apanhado os melhores professores de Português que lecionaram na ilha.

Começando pela Professora Raquel Machado, que foi quem teve o papel ingrato de me ensinar a ler e a escrever, foi uma tarefa muito complicada, mas quando o solo não é arável não há muito a fazer, acabou por me acompanhar todo o primeiro ciclo com a exceção do terceiro ano que tive, uma Professora substituta cujo nome não recordo.

Já no segundo ciclo tive como professora Maria da Conceição Freitas, que me conseguiu cativar nas aulas de História. Já nas de Português era sempre um penar (um pouco por embirração minha, confesso).

Do terceiro ciclo recordo-me da Professora Patrícia Portugal e a sua caneta preta pequena, que era invulgar, digamos que fora do formato. Na altura em que o acesso à internet ainda se fazia “à manivela”, os jovens das Flores, não tinham acesso às mais variadas gamas de produtos escolares como têm atualmente, por isso aquela simples caneta era alvo de cobiça. 

Da Professora Joana Caeiro recordo-me do seu ‘Cavaleiro da Dinamarca’ bem como das “dicas” de Inglês que por sinal também não era uma matéria que me sentisse muito à vontade.

Para concluir o terceiro ciclo o hilariante professor Miguel Silva, que muito trabalho me deu, porventura deve ter sido o professor que mais me “castigou”, mas merecidamente, porque afinal de contas na hora de escrever havia uma total descontração e como tal, havia muitas palavras maltratadas, assim sendo como se de uma falta de respeito pelas palavras se tratasse, lá tínhamos de devolver a notoriedade às palavras rescrevendo-as diversas vezes da forma correta.

O secundário começou e continuou (na altura a transição não era fácil uma vez que o nono ano era o último ano do ensino obrigatório – que diferença faz! – mas isso será uma conversa para outras núpcias) com o Professor Jorge Silva, que por genialidade, artes ocultas ou simplesmente por sorte, fez-me ler uma obra e gostar, ‘Frei Luis de Sousa’ de Almeida Garret. Pela primeira vez consegui, mesmo que por um curto espaço de tempo, ser mais do que um aluno mediano.

E por fim a Professora Carla de Deus marcou-me especialmente por uma conversa sobre abreviaturas, em que a Professora dizia e bem, “Porque é que usam o ‘k’ para escrever ‘que’ e não usam ‘q’?”. Claro que faz todo o sentido o que ela dizia, e até hoje quando involuntariamente sai um ‘k’ numa mensagem de texto, lá me lembro dessa conversa. Mas como tudo na vida ‘Felizmente há luar’.

Isto tudo para dizer que não é preciso ser brilhante para se escrever, é preciso querer e acima de tudo ter algo para dizer.

Espero que depois de lerem estas palavras, se sintam menos inibidos a darem a vossa opinião, a darem o vosso contributo, haverá sempre quem escreva melhor e quem escreva pior. O mais importante é querermos construir uma sociedade melhor.

Voltando ao tema principal que depois de escrever tudo isto, tem pouco de principal. A adesão tem sido muito boa, no entanto eu cometi um erro de principiante nestas coisas do site, que impediu o processamento do número das visualizações nos primeiros 3 dias.

Como diz o velho ditado popular, provérbio para os professores de Português, “Roma não foi construída num só dia” e o Florentinos também não.

Perfil do Autor

Fábio Augusto Ribeiro Pereira Alves, nascido em 1988, natura da Freguesia de Azurém em Guimarães, com apenas alguns dias veio para a ilha das Flores, onde cresceu e integrou diversos grupos entre eles o Clube Desportivo Escolar Flores, o Agrupamento de Escuteiros 691, Grupo Desportivo Os Minhocas, Boavista Sport Clube.
 
Em 2007 sai da ilha das Flores, para iniciar a Licenciatura em engenharia Civil no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra.
 
Em 2013 iniciou o estágio no Município de Santa Cruz das Flores, onde atualmente se encontra a trabalhar.

Fábio Alves

Fábio Augusto Ribeiro Pereira Alves, nascido em 1988, natura da Freguesia de Azurém em Guimarães, com apenas alguns dias veio para a ilha das Flores, onde cresceu e integrou diversos grupos entre eles o Clube Desportivo Escolar Flores, o Agrupamento de Escuteiros 691, Grupo Desportivo Os Minhocas, Boavista Sport Clube.   Em 2007 sai da ilha das Flores, para iniciar a Licenciatura em engenharia Civil no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra.   Em 2013 iniciou o estágio no Município de Santa Cruz das Flores, onde atualmente se encontra a trabalhar.

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