Será André Ventura tão diferente de João Paulo Corvelo e Gustavo Alves?

Isto é o título

Desde domingo, aquando da saída dos resultados das eleições presidenciais, tenho visto algumas pessoas repudiar o resultado de André Ventura na ilha das Flores.

Na minha opinião uma grande maioria dos votantes de André Ventura não votaram neste para que pudesse ser Presidente da República, mas porque estão fartos deste regime democrático. Com este voto de protesto esperam poder abanar uma democracia que se encontra em decadência. Que os governantes tenham mais decência naquilo que fazem.

Agora pergunto ao leitor, será que o motivo que levou o eleitor a votar em João Paulo Corvelo e em Gustavo Alves era muito diferente?

Do meu ponto de vista, não era diferente, até arrisco dizer que era o mesmo. Tanto a candidatura de João Paulo Corvelo como a de Gustavo Alves são claramente candidaturas antissistema, são ambos candidatos contra o regime deficiente existente nos Açores e, mais concretamente, nas Flores.

João Paulo Corvelo (PCP) chega mesmo a ganhar a eleição no círculo eleitoral das Flores para a Assembleia Legislativa Regional em 2016. Faço outra pergunta ao leitor, será que alguém quando votou em João Paulo Corvelo acreditou que poderia fazer parte do Governo ou ser Chefe de Governo?

A meu ver não me parece que tenha sido o principal motivo do eleitor. O motivo real do eleitor seria o que se ia ouvindo na rua “ao menos ele vai para lá fazer barulho” ou “ele não vai para lá dormir”. Ou seja, João Paulo Corvelo era a personificação do protesto aguerrido, do homem da luta.

Quanto a Gustavo Alves, posso referir o mesmo, apesar da sua juventude, demonstrou no caso Malena a mesma garra. E acaba por ir com essa bagagem para as eleições e ser a personificação do descontentamento com a forma de como estava a ser desenhado o futuro das Flores.

O leitor ainda deve estar a pensar, mas afinal o que é que têm o PCP de João Paulo Corvelo e o Chega de André Ventura a haver um com o outro?

Se for uma resposta baseada em ideologia partidária, vou dizer que nada. Agora se for uma resposta baseada no perfil de eleitor a que estes partidos tentam chegar, já posso dizer que têm tudo ou quase tudo.

Por norma, tirando as pessoas que estão bem identificadas com a ideologia partidária e com o candidato, votam nestes partidos bem como no Bloco de Esquerda, pessoas que não estão satisfeitas com “o andar da carruagem”. E neste caso há um exemplo nas Flores, com a passagem de uma parte do eleitorado de João Paulo Corvelo para Gustavo Alves (PCP – Esquerda para PPM – Direita), bem como no continente, mais precisamente no Alentejo, que durantes largos anos foi um território PCP, e agora sucumbe-se a André Ventura.

Quanto ao Chega e a André Ventura, acho que é uma moda que irá passar, como passou Francisco Lousã e Catarina Martins no Bloco de Esquerda.

Quanto ao sentido de voto dos Florentinos, digo o que me disse um dia um ilustre da nossa Política Regional. “O eleitorado das Flores é o que melhor sabe o que quer! Basta olhar para os resultados regionais. Tanto vemos a votar na esquerda como na direita.”

Perfil do Autor

Fábio Augusto Ribeiro Pereira Alves, nascido em 1988, natura da Freguesia de Azurém em Guimarães, com apenas alguns dias veio para a ilha das Flores, onde cresceu e integrou diversos grupos entre eles o Clube Desportivo Escolar Flores, o Agrupamento de Escuteiros 691, Grupo Desportivo Os Minhocas, Boavista Sport Clube.
 
Em 2007 sai da ilha das Flores, para iniciar a Licenciatura em engenharia Civil no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra.
 
Em 2013 iniciou o estágio no Município de Santa Cruz das Flores, onde atualmente se encontra a trabalhar.

Fábio Alves

Fábio Augusto Ribeiro Pereira Alves, nascido em 1988, natura da Freguesia de Azurém em Guimarães, com apenas alguns dias veio para a ilha das Flores, onde cresceu e integrou diversos grupos entre eles o Clube Desportivo Escolar Flores, o Agrupamento de Escuteiros 691, Grupo Desportivo Os Minhocas, Boavista Sport Clube.   Em 2007 sai da ilha das Flores, para iniciar a Licenciatura em engenharia Civil no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra.   Em 2013 iniciou o estágio no Município de Santa Cruz das Flores, onde atualmente se encontra a trabalhar.

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