Isto é o título
O Clube Desportivo Escolar Flores foi campeão Regional de Iniciados Masculinos de Voleibol. Até aqui esta seria uma notícias escrita pelo site Florentinos.pt, sem qualquer cunho pessoal. No entanto não consigo fazer esta notícia. Irei narrar de como foi viver esta época desportiva e este triunfo na primeira pessoa. Mas antes disso não poderei começar sem fazer os agradecimentos devidos.
Em primeiro lugar quero agradecer ao clube e aos seus dirigentes por darem-me a honra de treinar esta equipa.
Em segundo lugar quero felicitar todos os meus miúdos, todos eles são muito especiais tem os seus defeitos, mas têm muitas mais virtudes e acima de tudo mostraram toda a sua garra e determinação, dando boas dores de cabeça aos Treinadores mostrando a cada set que jogavam que mereciam mais tempo de jogo. É inglória a tarefa de um treinador deste escalão. Porque não só se tem de se preocupar com a vitoria, como também tem de se preocupara com que os seus atletas não se desmotivem e que com isso não leve a uma abandono precoce da modalidade. Foi isso que tentamos fazer e por isso dos 19 atletas que iam com mais regularidade aos treinos, só dois é que não disputaram o regional, um por se encontrar lesionado e o outro por motivos pessoais do atleta. Como tal todos os 17 atletas disponíveis jogaram pelo menos um set, esse foi um dos objetivos que a nossa equipa técnica tinha se proposto.
Em terceiro lugar à Cláudia Pereira, que juntos formávamos a equipa técnica destes miúdos. Que tudo deu durante a época para ajudar os nossos miúdos a melhorar. Teve a infelicidade de não poder estar em todos os jogos do campeonato, não podendo estar na entrega do título, mas essa infelicidade foi por um bom motivo: a família CDEF vai aumentar!
Em quarto lugar a todos os treinadores que ajudaram na formação destes miúdos, em especial ao Miguel Mateus que durante anos e anos fez um trabalho fantástico no escalão de Minis. Sendo para mim sem dúvida nenhuma um treinador de formação de mão cheia, além do mais também foi o meu tutor quando me iniciei como treinador de voleibol, muito obrigado por tudo Miguel.
Em quinto lugar ao Raimundo Lima, por ter feito com que eu regressasse à modalidade, após o meu regresso à ilha das Flores e pela dinâmica imprimida à Associação de Voleibol da Ilha das Flores, que tem ajudado a dinamizar muito a Modalidade.
Por último, mas não menos importante ao Presidente do Clube que foi o meu primeiro treinador e que foi o grande dinamizador do Voleibol na ilha das Flores. Não é possível falar de voleibol na ilha das Flores sem falar do Professor João Quaresma.
Não posso deixar de salientar também a forma como decorreu a prova na nossa ilha, com todos os intervenientes a estarem à altura do evento. As equipas que se deslocaram à nossa ilha glorificaram o trabalho dos Nosso miúdos. Não posso também esquecer dos árbitros da prova que fizeram muito bem o seu papel de juízes, além disso foram ainda mais longe fazendo também um importante papel pedagógico, no ensino das regras do jogo, algo que é benéfico para os miúdos nesta fase da formação. Esta é uma postura louvável que deveria ser a regra nos jogos de formação.
Além do mais devo dizer que os nosso miúdos mereceram ganhar pela vontade, porque apesar de estarmos em plena pandemia, a equipa esteve presente no pavilhão mais de 70 vezes nesta época desportiva totalizando mais de 140 horas. Se não dormissem, não comessem só jogassem daria cerca de 6 dias a jogar voleibol. Será que houve outas ilhas a trabalhar tanto? Será que merecem ser descredibilizados por algumas pessoas que por não terem treinado e não terem competido devido à pandemia não conseguiram vir ao regional?
Voltando ao tema central: o torneio regional.
O primeiro jogo opôs a nossa equipa à equipa do futebol Clube da Calheta. Eu e a Cláudia tínhamos preparado o jogo para ganharmos 3-1. Porque no escalão de iniciados existem duas regras na constituição das equipas por set. Um delas é que nenhum jogador pode jogar mais de 2 set’s consecutivos e a outra regra, consiste na obrigatoriedade de alterar pelo menos 3 atletas em relação ao set anterior. Estas duas regras fazem com que por norma exista pela parte dos treinadores a formulação de estratégia de jogo que consiste na apresentação de formações mais fortes em alguns set em detrimento de formações mais fracas noutros.
Nesse duelo a nossa equipa entrou muito ansiosa e a falhar a receção, no entanto foi ganhando confiança e demonstrando toda a sua capacidade e acabando por ganhar o primeiro set de forma folgada por 25-14
O segundo começou da mesma forma, a equipa entrou novamente nervosa, no entanto serenou após a estabilização do jogo de serviço. Este set ficou 25-19.
O terceiro set foi um set equilibrado até aos 7 – 10 para os visitantes altura em que o CDEF virou para 13- 10 e a partir dai a equipa da casa foi avolumando a distância acabando com um resultado de 25-15.
Este jogo acaba com uma vitória por 3-0, resultado melhor que a previsão dos treinadores.
O Segundo jogo prometia ser um jogo mais equilibrado, pelo menos era essa a nossa expetativa uma vez que a equipa mariense tem por tradição ter equipas de formação muito bem treinadas. A estratégia escolhida para ganhar o set seria novamente uma estratégia para ganhar o jogo em 3-1.
O primeiro set começa com a equipa do CDEF fortíssima chegando facilmente aos 17-8, no entanto a equipa da casa adormeceu e deixou os marienses aproximarem-se, este set viria a acabar 25-20.
O segundo set foi um set sempre muito equilibrado com nenhuma das equipas a se conseguir superioriszar em relação à outra. Fazendo a diferença no final do set a qualidade dos jogadores do clube da casa, este set foi ganho pela margem mínima de 25-23
O terceiro set, os marienses entraram claramente com a equipa mais fraca que dispunham e o Florentinos passearam nesse set ganhando por 25-10.
Os escolares voltaram a ganhar por 3-0 num jogo que novamente correu melhor do que as expetativas dos treinadores.
Terceiro jogo opunha novamente os Florentinos contra os Jorgenses. A estratégia de jogo era a mesma, tentar ganhar 3-1, estratégia que até agora tinha corrido tão bem.
O primeiro set manteve-se equilibrados até aos 6-6 e a partir dai o clube da casa começou a distanciar-se, ganhando esse set por 25-16.
O segundo set os florentinos foram muito superiores, devido a uma alteração do treinador visitante em apostar num set mais fraco, para poder jogar o terceiro set com uma equipa mais competitiva. Assim foi, os da casa ganharam este set por 25-7.
O terceiro set foi o primeiro set que a equipa das Flores perdeu neste regional e deveu-se essencialmente à falta de concentração ao nível da recessão e do serviços, neste caso também a alteração tática do treinador adversário surtiu efeito. Assim este set acabou 22-25.
O quarto set a equipa da casa voltou a entrar muito forte não dando quaisquer veleidades ao adversário. Para a história fica o resultado do set de 25-16 e o resultado do jogo 3-1 para a equipa da casa.
No último dia da prova os da casa defrontaram novamente os marienses, o clube da escola via-se obrigado a ganhar dois set para se sagrar campeões, uma vez que não queria ter de esperar pelo resultado do jogo dessa tarde entre os marienses e os jorgenses.
Assim os escolares entraram a todo o gás no primeiro set, sem dar quaisquer hipótese a equipa de Santa Maria ganhando o set por expressivos 25-12
O segundo set manteve-se equilibrados até aos 9-9 e a partir dai o clube da casa começou a distanciar-se, ganhando esse set por 25-17. Nesta altura já eramos campeões regionais
O terceiro set foi um set bastante equilibrado com a equipa do CDEF estando a ganhar até aos 20-17, deixando-se ser ultrapassada pelos marienses, acabando com a vitoria da equipa de Santa Maria por 25-22.
A equipa ressentiu-se da derrota do set anterior e começou o quarto set a levar 4-0, obrigando-me a solicitar um tempo técnico no início do set, para puxar as orelhas aos jogadores, algo que resultou, uma vez que a equipa que estava adormecida, voltou ao campo cheia de personalidade, mostrando que não queria sair deste torneio com uma derrota, essa garra fez com que a equipa saísse deste set com uma vitória de 25-16 e com uma vitória no jogo por 3-1
Para a história destes atletas ficam muitas histórias, com muitos sorrisos, algumas lagrimas, alguns puxões de orelhas, mas acima de tudo fica uma recordação de um grupo de trabalho fantástico, que se automotiva, que gosta mesmo muito da modalidade e com individualidades capazes de grandes feitos para a nossa ilha.
Agora iremos começar a preparar o campeonato nacional, se esta pandemia que nos assola deixar. Ficam alguns se’s no ar, em relação a esta competição. Se irá existir, se iremos conseguir treinar, se teremos atletas suficientes para ir.
Quero antes de me despedir, deixar uma mensagem aos pais dos nossos atletas, estão todos de parabéns souberam criar verdadeiros campeões e miúdos de bem. Obrigado pelo privilégio que me deram de poder treinar os vossos filhos! Bem hajam também são campeões!
Somos todos CDEF.
Fotografia: Iolanda Feleija
Fábio Augusto Ribeiro Pereira Alves, nascido em 1988, natura da Freguesia de Azurém em Guimarães, com apenas alguns dias veio para a ilha das Flores, onde cresceu e integrou diversos grupos entre eles o Clube Desportivo Escolar Flores, o Agrupamento de Escuteiros 691, Grupo Desportivo Os Minhocas, Boavista Sport Clube.
Em 2007 sai da ilha das Flores, para iniciar a Licenciatura em engenharia Civil no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra.
Em 2013 iniciou o estágio no Município de Santa Cruz das Flores, onde atualmente se encontra a trabalhar.
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