Alerta para a liberdade de expressão

Isto é o título

O Comité Norueguês do Nobel laureou Maria Ressa e Dmitry Muratov, com o Prémio Nobel da Paz 2021, “pelos seus esforços para salvaguardar a liberdade de expressão, que é uma condição prévia para a democracia e uma paz duradoura”.

São ambos jornalistas em luta pela liberdade de expressão, ela nas Filipinas e ele na Rússia, escolhidos de entre 329 nomeados para o prémio deste ano. A presidente do Comité Nobel Norueguês, Berit Reiss-Andersen considerou-os representantes “de todos os jornalistas que defendem este ideal num mundo em que a democracia e a liberdade de imprensa enfrentam condições cada vez mais adversas”.

Esta atribuição não é apenas um acto de justiça, mas um alerta para a defesa da liberdade de expressão em toda a parte. Infelizmente muitas são ainda as zonas do planeta onde a falta de liberdade de expressão protege o autoritarismo, acoberta o abuso de poder, esconde a violência, impede o exercício dos direitos fundamentais, destrói a democracia.

A liberdade de expressão não é só direito pessoal e individual mas também social e colectivo e uma das suas formas de manifestação é a liberdade de imprensa. Os jornais e demais meios de comunicação social – se existem e agem – são um instrumento preponderante e essencial de combate aos poderes que desejem abafar a liberdade de pensamento e sua expressão pública.

A violação da liberdade de expressão faz-se asfixiando jornais, prendendo jornalistas, impedindo a publicação da verdade; mas também influenciando jornalistas e comentadores, negociando apoios aos mídia, condicionando notícias, inventando ou falseando factos.

Não se acredite que os impedimentos à liberdade de expressão são exclusivos de alguns países; eles existem de formas diferentes em países e regiões apregoadas de democráticas. E assim a luta pela liberdade de expressão interpela-nos a todos.

Ofende a liberdade de expressão quem na sociedade age, por acção ou omissão, para permanecerem encobertos factos ofensivos do bem, acções censuráveis dos poderes públicos. Ofende a liberdade e fere a democracia quem tenta destruir os opositores recorrendo à calúnia e à difamação.

Perdeu-se a liberdade se e quando, nas nossas ilhas concelhos e freguesias: há eleitores com medo de integrar listas da oposição; há famílias com receio de criticar os poderes por temerem que os jovens não encontrem emprego; há cidadãos com temor de não terem acesso às ajudas públicas. Alguém criou e alimenta esses crimes. Há que contraditar e denunciar.

Alerta! Defender a liberdade; purificar a democracia.

Artigo publicado no site igrejaacores.pt

Perfil do Autor

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura.
Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores.
Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD.
Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores.
Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta.
Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional.
Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

Renato Moura

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura. Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores. Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD. Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores. Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta. Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional. Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

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