Equipa da ilha das Flores realiza descoberta preliminar de cinco asteroides

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O Artur e a Sofia são dois jovens florentinos que estão a participar num projecto de ciência de observação e descoberta de asteroides. No âmbito do International Astronomical Search Collaboration, aderiram às campanhas de Abril e Maio (2021) realizando a observação e identificação manual de objectos em movimento e não identificados, da cintura de asteroides localizada entre Marte e Júpiter.

Imagem 1: Ilustração da cintura de asteroides entre Marte e Júpiter.

A importância de participar nestas campanhas de pesquisas de asteroides, que são levadas a cabo pelo International Astronomic Search Collaboration, representado em Portugal pelo NUCLIO – Núcleo Interactivo de Astronomia e que são orientadas para as escolas portuguesas, visa proporcionar aos cidadãos (normalmente alunos do 7º ano) a oportunidade de desenvolverem competências científicas através da pesquisa de novos objectos com base em dados reais fornecidos através dos telescópios Pan-STARRS, do Instituto de Astronomia da Universidade do Havai, localizados na montanha Haleakala, ilha de Maui, Havai.

As imagens são recolhidas pelos telescópios quando a lua está na fase decrescente até à fase crescente (quando o céu está mais escuro) e com pouca nebulosidade.

Imagem 2: Observatório Haleakala. Telescópios Pan-STARRS. Ilha de Maui, Havai. Altitude: 3.052m

O que são mesmo asteroides? São materiais essencialmente rochosos, com dimensões que variam entre poucos metros até cerca de 1000km de diâmetro com orbitas muito bem definidas à volta do sol, e em que alguns deles tem uma excentricidade tal que em alguns momentos se aproximam da Terra. Ora, isto representa um risco na medida em que a possibilidade de colisão deste material com a superfície terrestre existe e pode comprometer seriamente a humanidade.

 

Através de software específico disponibilizado pelos organizadores, a Sofia e o Artur, com a ajuda dos seus pais, fizeram a descoberta preliminar de cinco asteroides. Estes objectos agora detectados serão analisados de forma individual para que a sua trajectória seja estudada, e depois, validados. Este processo pode demorar até alguns anos. Caso sejam confirmados, os cientistas cidadãos Artur Correia e Sofia Alves serão convidados a atribuir-lhes um nome, e passam a integrar a base de dados do Minor Planet Center (Observatório Astrofísico Smithsonian, Harvard), que é a entidade responsável pela identificação, designação e computação orbital de todos estes objectos. É um grande desafio!

Imagem 3: A Sofia e o Artur a analisarem imagens (em negativo) recolhidas pelos telescópios Pan-STARRS, através do programa especial Astrométrica.

Portanto, existem razões de sobra para participar nestes projectos de ciência aberto a todos os cidadãos nos quais podem ajudar na descoberta de novos asteroides, e ao mesmo tempo perceber melhor como funciona toda a dinâmica do sistema solar.

Imagem 4: Diploma de participação na campanha de Abril de 2021.

Desde 2007 que, em Portugal, participaram mais de 1500 alunos com uma série de descobertas preliminares de asteroides dos quais 59 integram já os catálogos internacionais do Minor Planet Center, dois deles já baptizados com os nomes Lusitano (2012FF25) e Fado (2017BF79).

Nas campanhas de Abril e Maio deste ano, além da Flores Team, participaram três escolas açorianas: a Escola Secundária Antero de Quental, a Escola Básica e Secundária da Povoação (ambas em São Miguel) e a Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade (Terceira). Também participaram vários agrupamentos de escolas do continente e Madeira. Sempre presentes estão cidadãos cientistas dos Estados Unidos da América, Alemanha, Espanha, Índia, Brasil, França, Turquia, Hong-Kong, China, Canadá, Kuweit, Irão, São Tomé e Príncipe, etc….

 

PS: se o leitor estiver interessado em mais informações acerca deste projecto pode contactar os pais do Artur e da Sofia.

Perfil do Autor

Nasceu em Santa Cruz das Flores, em 1979. Prossegue os estudos do secundário em S. Miguel onde frequentou, em simultâneo, o Conservatório Regional de Música de Ponta Delgada.
Entre 1998 e 2002 forma-se em Operador Meteorológico na Força Aérea Portuguesa, exercendo funções nas base aéreas de Sintra e Monte Real. Em 2002, integra o Instituto de Meteorologia (actual IPMA), sendo colocado no CMA Flores - aeroporto das Flores. Tira a licenciatura em Ciências Sociais com especialização em Psicologia Social. Entre 2011 e 2013 exerce no CMA Porto - aeroporto Francisco Sá Carneiro. Em simultâneo, frequenta com sucesso os 1º e 2º anos da licenciatura em Direito.
Em fins de 2013 regressa às Flores, exercendo funções no CMA Flores - aeroporto das Flores, como técnico superior na área da Observação em Meteorologia Aeronáutica.
É administrador da página Meteo a Ocidente na rede social Facebook.

Bruno Correia

Nasceu em Santa Cruz das Flores, em 1979. Prossegue os estudos do secundário em S. Miguel onde frequentou, em simultâneo, o Conservatório Regional de Música de Ponta Delgada. Entre 1998 e 2002 forma-se em Operador Meteorológico na Força Aérea Portuguesa, exercendo funções nas base aéreas de Sintra e Monte Real. Em 2002, integra o Instituto de Meteorologia (actual IPMA), sendo colocado no CMA Flores - aeroporto das Flores. Tira a licenciatura em Ciências Sociais com especialização em Psicologia Social. Entre 2011 e 2013 exerce no CMA Porto - aeroporto Francisco Sá Carneiro. Em simultâneo, frequenta com sucesso os 1º e 2º anos da licenciatura em Direito. Em fins de 2013 regressa às Flores, exercendo funções no CMA Flores - aeroporto das Flores, como técnico superior na área da Observação em Meteorologia Aeronáutica. É administrador da página Meteo a Ocidente na rede social Facebook.

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