José Jacinto Armas da Silveira

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(1872-1924)

Era natural de Santa Cruz das Flores onde nasceu a 29 de Julho de 1877 e faleceu a 9 de Maio de 1924.

Era filho de José Jacinto Armas da Silveira e de Maria Fernanda Mesquita Armas, e irmão de Fernando Joaquim Armas que se distinguiu como político, bem como do padre Fernando Roberto Armas, que foi pároco e ouvidor em Santa Cruz das Flores.

Descendente de uma das mais ilustres famílias das Flores, era um verdadeiro modelo de nobreza e carácter, quer na forma humanista como exercia a sua profissão de médico, quer no seu relacionamento que mantinha com toda a sua comunidade.

Concluiu a sua licenciatura em medicina, na respectiva Faculdade da Universidade de Lisboa em 1906.

Seguidamente fixou-se na ilha da sua naturalidade, onde, com inteligência, dedicação e saber, exerceu com sucesso a sua profissão de médico. Foi incansável nesta sua missão, não se poupando a sacrifícios e esforços, para tratar e salvar os seus concidadãos. Não obstante a falta de meios de que dispunha para o efeito, conforme por várias vezes o comprovou, foi notável ao fazer operações de alta cirurgia, surpreendendo os mestres na área instalados nas cidades dos Açores, salvando assim muitos concidadãos florenses.

Médico único nas Flores, frequentemente percorria a ilha a cavalo, para visitar, aconselhar, tratar e acompanhar pessoas doentes e assim devolver-lhes a saúde de que precisavam. Entregou-se sempre de alma e coração aos seus doentes aos quais serviu a qualquer hora que fosse chamado, de todas as freguesias da ilha — então com uma população que rondava os 7.000 habitantes. O seu trabalho incansável e árduo, ter-lhe-á provocado enorme desgaste na sua saúde física e quiçá a própria morte. A doença que o vitimou, apenas com 47 anos de idade, foi atribuída a duas situações geradas no exercício da sua profissão: a primeira, quando, apesar de atingido pela terrível gripe de 1920 (em que faleceram na ilha centenas de pessoas), sem estar devidamente curado, abandonou o leito para levar os sus socorros a toda a parte da ilha, situação que o deixou visivelmente e para sempre debilitado; a segunda, quando, chamado para dois doentes na freguesia da Fajãzinha, em plena noite, se levantou para ir a pé, debaixo de frio e chuva intensa— numa altura em que ainda não existiam roupas impermeáveis— para ir assistir aos referidos doentes, regressando na manhã seguinte, com a mesma roupa molhada, ainda da vez da ida.

Mas, para além da realização trabalhosa da sua actividade profissional, o Dr. Armas da Silveira ainda encontrava tempo, disposição e saber para se dedicar à música e ao teatro, como dirigente da filarmónica e orquestra, e, bem assim, como ensaiador de espectáculos recreativos e culturais.

Deste modo, depois de ter fundado com Lino Augusto dos Santos e João Maria de Caires Camacho uma filarmónica que ficou conhecida por “ Música Velha”, que teve curta duração, fundou em 1915/16 a “União Musical Florentina” (Jornal Correio da Horta de 24.07.1957). Esta filarmónica, que desenvolveu intensa actividade sob a sua direcção, depois do seu falecimento, nos últimos anos da década de 1920, passaria a designar-se por “Filarmónica União Musical e Cultural Dr. Armas da Silveira” como homenagem ao seu ilustre fundador. Foi durante muito tempo a que ostentou maior património— com uma excelente sede social e bom instrumental—e com uma brilhante história cultural, tendo por ela passado alguns dos mais distintos músicos florenses , bem como regentes e maestros de elevado nível musical.

A personalidade do Dr. Armas da Silveira, ficou profundamente vincada na população da Ilha das Flores, de tal forma, que durante muitos anos, foi saudosamente evidenciada nos jornais que a publicaram, especialmente por ocasião dos aniversários do seu falecimento.

Muito merecida a invocação do seu nome na rua que o Município de Santa Cruz lhe dedicou bem como a denominação da sua sede pelos seus associados, daquela que foi uma das mais pujantes instituições culturais da Ilha das Flores, a Sociedade Dr. Armas da Silveira

Quando faleceu, deixou viúva D. Palmira Amorim Armas e dez filhos, todas ainda crianças de tenra idade.

 

Bibliografia:

– “Florentinos que se distinguiram” de José Arlindo Trigueiro;
– Jornal “As Flores” de 13.05.1944;
– Jornal “Correio da Horta” de 14.08.1984.
Perfil do Autor

António Maria Silva Gonçalves, nasceu na freguesia da Fazenda, concelho de Lajes das Flores a 24 de Abril de 1955, onde reside;
Concluiu o curso geral dos liceus em 1973, ano em que começou a trabalhar na Segurança Social, onde fez carreira;
Ocupou diversos cargos políticos, entre eles: Secretário da Junta Freguesia da Fazenda, Presidente Assembleia Municipal e vereador da Câmara Municipal de Lajes das Flores, presidente do Conselho de Ilha e Deputado Regional pelo círculo das Flores;
Dirigiu e ainda colabora em diversas instituições particulares de solidariedade social;
Coordenou a Revista Municipal de Lajes das Flores, foi subdiretor do Jornal do Ocidente e tem participações dispersas em prosa e poesia na imprensa regional, inclusive no Boletim do Instituto Histórico da Terceira de que é sócio. É autor de “Flores de Outros tempos (da História à Etnografia)” e “Falquejos – textos etnográficos”, dois livros que publicou respetivamente em 2019 e 2020.
Autodidata, são conhecidos ainda alguns trabalhos seus, na música, teatro e ultimamente na pintura.

António Maria Gonçalves

António Maria Silva Gonçalves, nasceu na freguesia da Fazenda, concelho de Lajes das Flores a 24 de Abril de 1955, onde reside; Concluiu o curso geral dos liceus em 1973, ano em que começou a trabalhar na Segurança Social, onde fez carreira; Ocupou diversos cargos políticos, entre eles: Secretário da Junta Freguesia da Fazenda, Presidente Assembleia Municipal e vereador da Câmara Municipal de Lajes das Flores, presidente do Conselho de Ilha e Deputado Regional pelo círculo das Flores; Dirigiu e ainda colabora em diversas instituições particulares de solidariedade social; Coordenou a Revista Municipal de Lajes das Flores, foi subdiretor do Jornal do Ocidente e tem participações dispersas em prosa e poesia na imprensa regional, inclusive no Boletim do Instituto Histórico da Terceira de que é sócio. É autor de “Flores de Outros tempos (da História à Etnografia)” e “Falquejos – textos etnográficos”, dois livros que publicou respetivamente em 2019 e 2020. Autodidata, são conhecidos ainda alguns trabalhos seus, na música, teatro e ultimamente na pintura.

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