FRANCISCO MANUEL DE MESQUITA PIMENTEL FURTADO DE MENDONÇA

Adicione aqui o texto do seu título

(1748? – 18??)

Foi Capitão-Mor das Ilhas das Flores e do Corvo, Governador de São Miguel e posteriormente Coronel Mestre de Campo dos Açores.

Francisco Manuel de Mesquita Pimentel Furtado de Mendonça nasceu vila de Lajes das Flores, provavelmente em 1748, filho de Roberto Pimentel de Mesquita, que durante vários anos exercera funções de sargento-mor, e de D. Delfina Pimentel Furtado de Mendonça, sua prima. Era, deste modo, neto de Diogo Pimentel Mesquita, que fora capitão durante 51 anos, e bisneto de Tomé Furtado de Mendonça, um dos muitos florenses que participaram no cerco ao Castelo de Angra até à expulsão, em 1641, dos espanhóis ali aquartelados. Terá falecido em data que não se pode precisar, nos meados do século XIX.

Foi nomeado alferes duma companhia de ordenanças, em 1765, a qual era capitaneada por um seu irmão, António José P. de Mesquita, e, no ano seguinte, capitão da mesma companhia. Por falecimento de um outro irmão, João José Pimentel de Mesquita, foi ainda nomeado sargento-mor. A partir de 1767 passaria a exercer, interinamente, o cargo de Capitão-Mor de Santa Cruz, que entretanto vagara. Em 1783 ainda viria a ser designadoCapitão-Mor das Flores e Corvo.

Em 1778, casou na Terceira, por procuração, com D. Mariana Isabel da Silva Quintanilha, natural da Sé de Coimbra, filha do desembargador Henrique José da Silva Quintanilha e de sua mulher D. Archangela Micaela. A bênção nupcial foi efectuada na igreja da Conceição, em Santa Cruz , a 26 de Agosto desse mesmo ano. Treze anos mais tarde recebia de D. Maria I o seguinte brasão: “escudo esquartelado, tendo no primeiro e quarto quartéis as armas dos Pimentéis, no segundo as dos Mesquitas e no terceiro as dos Furtados de Mendonça; timbre dos Pimentéis e por diferença uma brica azul com farpão de ouro.

Entre 1793 e 1801 desempenhou as funções de Governador de São Miguel, onde alguns nobres locais “cujas ambições desmedidas contrariou, moveram-lhe uma tenaz campanha de descrédito”. Era tão grande o despeito , que esses fidalgos , em várias cartas dirigidas a D. Maria I, chegaram a apresenta-lo, como se tal o pudesse diminuir, como natural de uma ilha “onde todo o povo anda descalço, e em lugar de pão comem uhas socas, que se criam debaixo da terra, a que chamam inhames”, para depois o acusarem de , sendo ainda sargento-mor,” se ter enchido de dinheiro roubado de um grande navio hespanhol naufragado nas Flores”.

Francisco Manuel Furtado Mendonça era, contudo, possuidor de uma considerável fortuna, pois em 1790 “recebia de rendimentos 53 moios de trigo e o valor de seus bens fora avaliado em 19.863$200”, que no tempo representavam um avultado património. Francisco António Gomes, a esse respeito, refere que “não poderia ser autor de qualquer roubo no dito galeão, naufragado em 1727, pela simples razão de só ter nascido duas décadas depois”, não obstante a frequência com que na costa da Ilha das Flores ocorriam esses naufrágios. Salienta ainda que , como crescesse a guerrilha que lhe faziam os principais da ilha de S. Miguel, embarcou em 1797 para Angra do Heroísmo, onde se refugia e ainda permanecia em finais do ano seguinte. O seu substituto, o governador interino Francisco Jerónimo Pacheco de Castro, queixa-se à Rainha desta demorada ausência, e esta por “Aviso” de 3 de Agosto de 1798, ordena-lhe então que se recolha imediatamente a S. Miguel.

Alegando “a sua actual situação de moléstias , e estado de inválido, certificado por certidões de médicos, debaixo da sua palavra de honra” o Governador Furtado de Mendonça, consegue no entanto, do Governo dos Açores, o adiamento do seu regresso, pelo menos “athe segunda ordem de Sua Magestade”.

 

BIBLIOGRAFIA:

—Jornal “Correio da Horta, de 31-7-1984, artigo de Francisco António Gomes;

—“Arquivo Histórico do Ultramar, Açores ;Maço 18, carta de 22 de Dezembro de 1798”;

—“Anias do Município de Lajes das Flores, Nota 10, pag 103”;

—“Arquivo dos Açores”, Vol. X, pags.182-184;

—“Florentinos que se distinguiram” de José A. Trigueiro.

Fonte: História dos Açores (Facebook)

 
Perfil do Autor

António Maria Silva Gonçalves, nasceu na freguesia da Fazenda, concelho de Lajes das Flores a 24 de Abril de 1955, onde reside;
Concluiu o curso geral dos liceus em 1973, ano em que começou a trabalhar na Segurança Social, onde fez carreira;
Ocupou diversos cargos políticos, entre eles: Secretário da Junta Freguesia da Fazenda, Presidente Assembleia Municipal e vereador da Câmara Municipal de Lajes das Flores, presidente do Conselho de Ilha e Deputado Regional pelo círculo das Flores;
Dirigiu e ainda colabora em diversas instituições particulares de solidariedade social;
Coordenou a Revista Municipal de Lajes das Flores, foi subdiretor do Jornal do Ocidente e tem participações dispersas em prosa e poesia na imprensa regional, inclusive no Boletim do Instituto Histórico da Terceira de que é sócio. É autor de “Flores de Outros tempos (da História à Etnografia)” e “Falquejos – textos etnográficos”, dois livros que publicou respetivamente em 2019 e 2020.
Autodidata, são conhecidos ainda alguns trabalhos seus, na música, teatro e ultimamente na pintura.

António Maria Gonçalves

António Maria Silva Gonçalves, nasceu na freguesia da Fazenda, concelho de Lajes das Flores a 24 de Abril de 1955, onde reside; Concluiu o curso geral dos liceus em 1973, ano em que começou a trabalhar na Segurança Social, onde fez carreira; Ocupou diversos cargos políticos, entre eles: Secretário da Junta Freguesia da Fazenda, Presidente Assembleia Municipal e vereador da Câmara Municipal de Lajes das Flores, presidente do Conselho de Ilha e Deputado Regional pelo círculo das Flores; Dirigiu e ainda colabora em diversas instituições particulares de solidariedade social; Coordenou a Revista Municipal de Lajes das Flores, foi subdiretor do Jornal do Ocidente e tem participações dispersas em prosa e poesia na imprensa regional, inclusive no Boletim do Instituto Histórico da Terceira de que é sócio. É autor de “Flores de Outros tempos (da História à Etnografia)” e “Falquejos – textos etnográficos”, dois livros que publicou respetivamente em 2019 e 2020. Autodidata, são conhecidos ainda alguns trabalhos seus, na música, teatro e ultimamente na pintura.

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