Que se renove a face da terra

Isto é o título

Escrevi no «Igreja Açores», já lá vão quase quatro anos: “Creio que o espírito das festas do Espírito Santo já não é o que era”. A dádiva do “encanto das lendas, milagres e sinais do Espírito Santo”, fortificador da fé dos adultos e seus antepassados, já então me parecia não ser mantida e transmitida com eficácia à gente nova.

A Covid19 levou à supressão das festas do Divino Espírito Santo no ano passado, prenunciando efeitos preocupantes. A contenção vigente neste ano continua a inquietar. Agrava-se a desmotivação a juntar e pesar nos sinais referidos no parágrafo anterior.

Aceite-se ou não, mas há de ter-se em conta como a componente popular e publica das festas contribui para a consolidação, ou manutenção, da crença religiosa de muitos. E o especial culto ao Espírito Santo ocupa um lugar central e por vezes quase exclusivo na fé do nosso povo.

Foi indispensável e correcto respeitar as orientações das autoridades, para protecção da saúde. Agora é fundamental e imprescindível reparar os danos, não só materiais como espirituais, com a maior celeridade possível. Ao nível religioso também; no concernente ao culto especial ao Divino Espírito Santo muitas são as pessoas com especiais dons, deveres e obrigações.

Ainda outro dia nos foi feito recordar como Jesus assumiu a natureza dos homens e depois de concluída a missão na terra se deu a Sua ascensão ao Céu; todavia não nos abandonou, pois prometeu-nos: “o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse (Jo 14,26). Esse Espírito ficou dado a todos, continua em toda a parte a sua obra, oferece carismas para o bem de todos. Acreditamos que o Espírito se difunde de modo imperceptível. Ele fala a cada um de nós através da nossa consciência, de forma a sermos capazes de o entender, se não nos recusarmos a ouvir. Assim soubéssemos partilhar esta fé, de modo eficaz, urbi et orbi.

Retenha-se como esse Espírito pode inspirar, iluminar, animar e guiar a vida dos crentes. São Paulo escreveu “os frutos do Espírito são: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, auto-domínio (Gl 5,22-23). Recorde-se e difunda-se a excelência destes frutos e como podem auxiliar nas situações tão complexas e inéditas agora colocadas à decisão de cada um, nos vários campos da sua actividade pessoal ou colectiva.

Sabemos como o Pentecostes se pode renovar em cada festa, ou sem ela todos os dias, quando pedirmos: Enviai, Senhor, o vosso Espírito e renovai a face da terra.

Artigo publicado no site igrejaacores.pt

Perfil do Autor

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura.
Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores.
Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD.
Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores.
Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta.
Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional.
Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

Renato Moura

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura. Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores. Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD. Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores. Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta. Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional. Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

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