Para levantar e sentar!

Isto é o título

Alguns cidadãos ainda se preocupam – e com perfeita justificação – em analisar a qualidade e as capacidades dos candidatos propostos pelos partidos, coligações ou grupos de cidadãos, para exercerem funções no poder local. Parte deles só fixam a atenção em quem pode vir a ser presidente de Câmara, ou de Junta de Freguesia; mais levemente nos demais membros dos órgãos executivos: vereadores e presumíveis vogais das juntas de freguesia.

Creio ser raro os eleitores cuidarem de bem saber quem serão os futuros membros das Assembleias Municipais e das Assembleias de Freguesia. Seria útil fazer uma sondagem e perceber, no decurso dos mandatos, quem sabe quais são os membros pertencentes a esses órgãos; os resultados seriam deprimentes!

A lei confere às assembleias municipais e de freguesia poderes importantíssimos, destacando-se os de acompanhamento e fiscalização de toda a actividade dos respectivos executivos e os de aprovação dos planos e orçamentos. Reúnem periódica e regularmente e a lei confere aos membros das assembleias poderes de questionar e criticar os presidentes das câmaras e vereadores, ou os presidentes de juntas e vogais, conforme o caso, sobre a execução das actividades, sobre a observância dos planos e razões de não cumprimento ou desvio. Os regimentos fornecem os diversos instrumentos para actuar.

As assembleias têm o direito de responsavelmente exigir aos executivos clareza e honestidade nos esclarecimentos escritos ou verbais; e os deveres de exigência não são apenas dos eleitos pelas oposições, mas também dos pertencentes à maioria no poder.

Há gente farta de política por ser demasiado habitual ver defender, sem fundamento ou justificação, os seus comparsas de partido, ou por assistir a ataques oposicionistas sem verdade e sem razão.

Honrem-se as excepções, de alguns órgãos ou membros, mas há reuniões de assembleias do poder local absolutamente deprimentes. Há membros incomodados pelo facto de alguns fazerem perguntas motivadoras de maior duração da reunião; há frequentemente uns desassossegados pela pressa de assinar a folha de participação e assim garantir o pagamento da senha de presença. Há os eternos entediados que entram calados e saem mudos. É desses que o povo diz “só servirem para levantar e sentar”. E esses eleitos, para além do seu dever cívico, recebem dinheiro pela presença!

Agora é a altura de avaliar a prestação dos candidatos repetentes, interpretar a capacidade, empenho e intensões dos apresentados de novo. É que na política há princípios e valores.

Artigo publicado no site igrejaacores.pt

Perfil do Autor

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura.
Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores.
Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD.
Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores.
Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta.
Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional.
Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

Renato Moura

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura. Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores. Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD. Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores. Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta. Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional. Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

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