Os partidos devem reger-se por princípios

Isto é o título

No 25 de Abril iniciou-se o processo de democratização de Portugal. A nova Constituição consagrou os partidos políticos como um dos princípios fundamentais; e definiu-os como agentes para a organização e expressão da vontade popular, no respeito por princípios, nomeadamente o da democracia política.

Dos partidos espera-se a afirmação e defesa de uma ideologia e a representação dos legítimas aspirações e interesses da colectividade, apesar da participação política também poder – dir-se-ia até dever – ser exercida por outras formas. A lei define, entre outros, como fins dos partidos políticos: “Contribuir para o esclarecimento plural e para exercício das liberdades e direitos políticos dos cidadãos”; “Promover a formação e a preparação política de cidadãos para uma participação directa e activa na vida pública democrática; “Contribuir para a promoção dos direitos e liberdades fundamentais e o desenvolvimento das instituições democráticas”; Apresentar “Programas políticos” e “Candidaturas” aos vários níveis do poder: Estado, regiões, autarquias concelhias e de freguesia.

Os partidos criaram os seus estatutos com órgãos e competências: de nível nacional, regional e local.

Não haverá atitudes partidárias de nível nacional, no mínimo, surpreendentes?! O que pensar do anúncio de um partido homologar dezenas de candidatos a presidente de câmara municipal? Ou quando o presidente anuncia meia centena de candidatos às eleições autárquicas? Ou como considerar a intervenção a nível nacional no processo de definição dos concorrentes às autárquicas, alegadamente para assim o presidente se poder “responsabilizar” pelos resultados? Ou pelas eleições autárquicas serem fundamentais para a implantação do partido no terreno e para reduzir a diferença para o principal partido?! Quem permitiu o crescimento partidário de vaidades e ambições pessoais à procura de lugares?

Justifica-se perguntar: O presidente ou órgão nacional trabalham para números ou qualidade? Quem conhece melhor os problemas concelhios e as pessoas mais capazes para lhes responder? Ajuda as populações locais a eventual glória do líder nacional, se os concelhos não ficarem bem servidos? Vale a responsabilização do líder nacional se as suas escolhas redundarem em fracasso?

Basta de hostilidade aos políticos e aos partidos.

É tempo de cumprir a Constituição (n.º 5 do art.º 51.º): “Os partidos políticos devem reger-se pelos princípios da transparência, da organização e da gestão democráticas e da participação de todos os seus membros”.

Artigo publicado no site igrejaacores.pt

Perfil do Autor

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura.
Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores.
Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD.
Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores.
Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta.
Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional.
Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

Renato Moura

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura. Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores. Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD. Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores. Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta. Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional. Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

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