O descrédito das instituições

Isto é o título

Esta semana o Capitólio foi invadido em pleno processo de confirmação dos resultados das eleições para Presidente dos EUA. Há meses, Trump – presidente e candidato – apavorava com a fraude eleitoral, arregimentando apoiantes. A acção ora perpetrada é consequência do comportamento aberrante. A circunstância de as forças de segurança não o terem evitado, é outra.

A morte infligida a um cidadão ucraniano no SEF, é um acto horrendo ocorrido há meses. Incrível uma polícia manter um estilo de actuação que o permitiu. Incompreensível manter em funções, durante meses, a responsável pelo departamento. Para que servia aquela polícia, se agora se admite, imediatamente, sem mais, poder extingui-la?! Para a PSP assumir as funções do SEF, tolerando, sem consequências, o desejo público do seu director nacional?! Não se entendem as atitudes – ou falta delas – por parte do Ministro da Administração Interna!

Como interpretar as falas sucessivas e incongruentes da Ministra da Justiça, perante um acto de adulteração de um currículo enviado para instituição europeia, a propósito da escolha de um procurador europeu?

Como aceitar a cobertura do 1.º Ministro a tudo e todos? Como julgar o azedume de Costa perante as críticas e o brutal contra-ataque pessoal aos criticantes?!

As atitudes dos grandes responsáveis políticos, no mundo ou no País, têm um peso enorme, induzem comportamentos e acarretam práticas. Podem normalizar erros e arrastar multidões. Reproduzem-se a escala regional e local. Levam ao descrédito das instituições.

Afinal as tentações de ascensão ou manutenção no poder são demasiado universais. Já não apenas, como acusávamos, nos ditos países do terceiro mundo. Já não são fenómenos daquela ou doutra raça; duma religião ou de outra; dum partido de esquerda ou de direita! Há dificuldade em reconhecer os erros próprios, nem se assume a demarcação dos erros grosseiros daqueles a quem se confiaram missões!

Os debates para as eleições presidenciais sem ideias; e não são edificantes. Acusa-se. Na hora do contra-ataque não se hesita. Até Marcelo revela o ambiente reservado de uma reunião de gabinete no exercício presidencial. Já não se conseguem disfarçar as tentativas de manipulação das pessoas e das suas sensibilidades ou fragilidades. Na ânsia de ultrapassar a fasquia eleitoral sonhada: declaram a independência ou a nova adesão partidária, mas assumem a raiz partidária de outrora; ou a paternidade de Sá Carneiro; nem vacilam em ostentar a condição de católico; nem a colagem ao prestígio do Papa.

Perfil do Autor

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura.
Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores.
Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD.
Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores.
Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta.
Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional.
Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

Renato Moura

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura. Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores. Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD. Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores. Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta. Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional. Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

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