Erros da cúpula conspurcam mais

Isto é o título

Ensinaram-se durante gerações as virtudes do desporto e a sua contribuição para a aquisição de princípios e valores: lealdade, honestidade, respeito pelos outros, sinceridade, limpidez cívica nas atitudes. Transmitiram-se códigos de conduta: correcção na disputa, respeito pelas regras e decisões dos árbitros, serenidade na derrota e modéstia na vitória.

Creio não haver alguém com coragem para afirmar que o desporto deve deixar de ser visto como instrumento para a promoção de valores. Porém as afirmações teóricas e as práticas ditas desportivas aparecem frequentemente distanciadas. Porventura menos no desporto amador, mas muito no desporto profissional, sobretudo no de alta competição.

Aquilo a que se assiste, se não pessoalmente, mas abundantemente através da televisão, no futebol profissional, o dito desporto rei, cada vez apresenta menos de nobreza ou realeza. O futebol é arte e espectáculo, mesmo se alguns não o apreciam e se há treinadores a valorizar mais o resultado e pouco a exibição. A profissionalização do desporto e em especial do futebol, fez desaparecer, nalgumas terras pequenas, o interesse e a viabilidade do desporto amador e isso impede, aos menos dotados, o acesso à prática desportiva.

Quanto se tem visto, em muitos dos jogos da 1.ª Liga de Futebol, ou a propósito deles, por parte de alguns treinadores, é deplorável: não aceitação das derrotas; tentativas incongruentes de explicação dos insucessos; contestação a árbitros; falta de respeito a jornalistas; boicote a conferências de imprensa; ofensa a colegas de profissão; frequentes expulsões por horríveis comportamentos. Quanto se observa de certos dirigentes e outros responsáveis, é também lamentável: desatino permanente nos bancos de suplentes; perda de controlo emocional nos jogos e fora deles; necessidade de serem agarrados para tentar suster-lhes a fúria; alusão a teorias de conspiração geradoras da revolta dos jogadores e adeptos; recusa de reconhecimento da realidade concreta própria ou de outros agentes.

Com facilidade se aplicam e se revertem castigos. Não se sabe se alguém, ou quem, manda no futebol profissional!

Os maus comportamentos de dirigentes e treinadores, para além de péssimo exemplo: pervertem a paixão; sujam a reputação; mancham a dignidade; aviltam a honra; maculam a conduta desportiva.

É urgente, por parte de pais e professores, uma clarificação capaz de evitar a queda dos jovens na alienação; e uma educação formando-os para a promoção do respeito e o zelo pelos sãos valores desportivos e cívicos.

Artigo publicado no site igrejaacores.pt

Perfil do Autor

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura.
Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores.
Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD.
Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores.
Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta.
Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional.
Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

Renato Moura

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura. Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores. Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD. Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores. Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta. Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional. Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

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