D. António: Bispo emérito e de mérito

Isto é o título

O Bispo D. António, duas dezenas de anos à cabeça dos destinos da Diocese de Angra, deixou marcas inesquecíveis e indeléveis. Pelo estilo e não pelo tempo. Sempre se apresentou com uma humildade genuína e exemplar. Permanentemente teve o cuidado de falar de molde a todos o entenderem. Esteve junto do seu povo com a simplicidade dos açorianos, não apenas por ser um deles, mas pelo facto de ser essa a sua forma de ser e como quis estar. A exemplo de Cristo, foi sociável, conviveu com todos, independentemente das convicções religiosas de cada qual, ou da prática dos preceitos por parte dos católicos. O seu afecto é digno de gratidão.

Interessado e esforçado, a par dos sucessos também terá sido atormentado por desilusões. Uma Diocese não é apenas o Bispo, mas toda uma estrutura presumivelmente de confiança, todavia sujeita às vicissitudes. Mas nem agora, quando entrevistado a propósito dos 25 anos da sua ordenação episcopal, evidencia amargura, ou aponta responsáveis; antes pelo contrário agradece a resposta positiva do povo e dos sacerdotes, a unidade e generosidade para resolver o grave problema financeiro que afrontou a Diocese. A bondade de D. António, era e é constantemente patente nas palavras e nos gestos, mas evidenciava-se nas decisões. E deplorável é quando nem sempre todos sabem respeitar a bondade.

D. António, já fora dos Açores, continua a exercer o seu ministério, agora numa comunidade religiosa, porém cuida de enaltecer, de forma muito generosa, o ministério de D. João, seu sucessor. Merece realce o facto de com 80 anos, a comemorar 25 de Bispo, ter estado presente, na ordenação de três novos sacerdotes. Continua assim a contribuir com o seu exemplo e revelou que mensalmente lê e medita a homilia do Papa Paulo VI, quando este o ordenou e dele recorda “Quem dá o peso suporta o peso”. Reafirmou o seu empenho pelo desafio do seminário. O Dr. Hélder Miranda Alexandre, Reitor do Seminário, muito bem qualificou o momento como “ocasião de graça e de esperança”. Realmente é um tesouro de formação elevando permanentemente a Diocese e colocando-a num patamar alto.

D. António, com a sinceridade desejável e exemplar de um bom cristão, também confessou esperar algo de mais concreto da Caminhada Sinodal, mas dedicadamente continua a rezar para se concretizar o seu desejo de melhores resultados.

Dele jamais esquecerei como desejava ouvir atentamente as opiniões e nelas atentar.

Parabéns, D. António de Sousa Braga: sois emérito de título, mas de mérito sempre sereis reconhecido.

Artigo publicado no site igrejaacores.pt

Perfil do Autor

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura.
Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores.
Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD.
Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores.
Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta.
Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional.
Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

Renato Moura

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura. Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores. Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD. Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores. Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta. Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional. Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

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