Autonomia celebrada com dignidade

Isto é o título

Celebrou-se na Assembleia Legislativa Regional, na passada 2.ª Feira, o Dia da Região Autónoma dos Açores.

A grande novidade deste ano foi o uso da palavra não só pelos Presidentes da Assembleia e do Governo, como também por parte de representantes de todos os partidos com assento parlamentar. Foi uma inovação de realçar, pelo resultado positivo e significado político num regime parlamentar. Alargou-se a participação democrática, na pluralidade honrou-se a celebração.

O cuidado geral, de evitar agressões que fizessem mágoa em dia de festa, não impediu o registo de visões e declarações muito pertinentes. Importará, sem citar, reter algumas, independentemente de quem e quantos as proferiram. Afirmou-se e homenageou-se a identidade do Povo Açoriano e a sua capacidade de sobrevivência com preservação das suas origens e tradições. Enalteceram-se os valores legados pelos primeiros autonomistas e por todos quantos contribuíram para a actual autonomia.

Identificou-se na autonomia a capacidade de corresponder e de garantir unidade, sendo necessário dar expressão a cada uma das ilhas, sem lugar a centralismos e acumulação de poderes. Reconheceu-se a necessidade de um sentido comunitário para uma consciência colectiva da Região, todavia com uma solidariedade entre ilhas.

Em prol da autonomia unificadora reclamou-se solidariedade, formação e determinação para olhar o futuro e corrigir assimetrias, sem bairrismos injustificáveis. Apregoou-se orgulho na autonomia, tempo de convicções, de exigências, talvez de tensão, de questionamentos também. Defendeu-se a reafirmação de alicerces, houve quem defendesse uma nova ambição e como sempre um dito aprofundamento da autonomia.

Houve alguns pontos comuns em várias intervenções. Acredita-se que maioritariamente juntos é mais fácil suplantar as dificuldades e obstáculos, com vontade, resiliência e tenacidade; dever abraçar-se o futuro com confiança; ser tempo de esperança no futuro.

O Governo persistiu na afirmação detalhada do seu programa e dos seus planos como resposta aos desafios. É natural fazê-lo em prol da sua própria mobilização e é um compreensível esforço de se fazer acreditar. Não há mal: quanto mais forte é a afirmação, maior se torna o compromisso.

Merece aplauso o ambiente reinante em dia de Autonomia. Tomara as verdades proferidas fossem condicionadoras das posturas parlamentares futuras. Não há festa todos os dias, mas exigência de dignidade e responsabilidade, cumprindo o Hino: «No futuro a luz semear» e «Para a frente! Em comunhão».

Artigo publicado no site igrejaacores.pt

Perfil do Autor

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura.
Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores.
Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD.
Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores.
Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta.
Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional.
Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

Renato Moura

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura. Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores. Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD. Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores. Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta. Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional. Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

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