A prenda no frasquinho

Isto é o título

Mais um Natal na vida terrena daqueles que ainda não foram chamados. Talvez isso bastasse para ser motivo de alegria. Mas somos seres insatisfeitos, sempre a exigir mais.

Sendo Natal sempre as crianças ansiaram pelas prendas do Menino Jesus. Outrora contentavam-se com pouco mais de nada; até se conformavam sem absolutamente nada. Os adultos, entretanto, fizeram do Natal um festival de prendas!

Este ano foi muito difícil por conta da Covid 19. Fatal para quem morreu. Dramático para quem adoeceu e chorou mortes. Penoso para aqueles continuamente tomados pelo pânico. Custoso para todos.

Se nos detivéssemos a fazer o tradicional balanço de fim de ano, certamente concluiríamos muitas coisas. A doença é perigosa, mas frequentemente foi tornada demasiado ameaçadora, transformada em pânico. Divulgaram-se notícias sobre riscos sem nada de científico. Tomaram-se medidas desnecessárias. Afastaram-se pessoas dos tratamentos das demais doenças, com resultados fatais. Insistiu-se e persistiu-se na tese de que a vacina levaria anos a ser inventada!

Houve quem apelasse ao respeito pela doença e aos cuidados, mas procurando nunca retirar a esperança. Lembrou-se Deus, que nunca nos esquece, como fonte de ânimo e auxílio. Do lado da esperança, com tantos outros, procurei estar. Pesar não terem sido muitos mais.

Contra o pessimismo venceu a tese de quantos acreditavam na descoberta da vacina em poucos meses. Uma aí está e brevemente outras. Isso foi possível graças a uma mobilização de esforços inédita, a uma colaboração e cooperação aberta entre cientistas e laboratórios, ao dispêndio de avultados meios, a alargadas vontades políticas convergentes. Era de esperar que a tragédia mundial levasse a isso. Para quê, então, se fez crer o contrário e a impossibilidade?!

Estão demonstrados os efeitos altamente positivos das vacinas em geral, escudo vital para protecção de doenças. Sabe-se quanto as agências especializadas exigem, para a validação: controlos científicos e sanitários rigorosos, baseados em provas e contraprovas. Também na vacina contra a SARS-CoV-2. Não empolem pessimismos sobre eficácia e imunidade, efeitos secundários, demora na aplicação ou critérios de selecção. Não massacrem com a afirmação de não resolver tudo. Para quê persistir em retirar esperança?!

Há uma estrelinha agora a brilhar; faz lembrar a da orientação dos pastores. Deus deu a inteligência. Os cientistas usaram-na e inventaram a vacina. Desta vez o Menino Jesus trouxe a prenda no frasquinho.

Que seja assim Alegre Natal.

Perfil do Autor

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura.
Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores.
Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD.
Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores.
Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta.
Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional.
Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

Renato Moura

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura. Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores. Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD. Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores. Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta. Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional. Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

Crónicas Geral Sociedade

Flores, 20 anos depois

Flores, 20 anos depois No dia em que escrevo, completam-se vinte anos desde que cheguei às Flores. Vinte e cinco horas de viagem no Golfinho Azul, partindo da Praia da Vitória, passando por Graciosa, São Jorge, Pico e Faial. No porão ia o meu Suzuki Samurai, carregado até mais não com coisas que achei essenciais. […]

LER MAIS
Crónica da Fajãzinha Crónicas

“Crónica da Fajãzinha #11”

José Fernandes, Maria Avelar,Jacinto Avelar, Maria Fortuna, Francisco Fortuna, António Custódio, Fátima Custódio, Verónica Eduardo, Manuel Furtado, Rafaela Furtado, Ema Furtado, Lúcia Custódio, Armando Custódio, Lurdes Henriques, Maria P. Eduardo, Ana Silveira, Maria Olívia Corvelo, José Henriques Custódio, Sidónia Cordeiro, José A. C. Freitas, Nélia Freitas, Joana Freitas, Isilda Corvelo, Maria Corvelo, Serafina Eduardo, António […]

LER MAIS
Crónicas Histórias das minhas gentes

“Histórias das Minhas Gentes #47”

Duas histórias. Duas notas. Uma de 20 escudos, outra de mil escudos. Ainda morava na casa velhinha e a minha mãe parou na casa dos meus avós para nos levar para casa. Vinha exausta de assentar blocos na casa nova junto com o meu pai. Confiou-me uma nota de vinte escudos e disse: Maria, vai […]

LER MAIS