A política é inseparável da moral

Isto é o título

Robert Schuman, nascido em 1886, foi Deputado, Ministro da Economia, das Relações Exteriores, da Justiça e Primeiro-ministro do governo francês.

Perante uma Europa devastada pelas guerras mundiais, é-lhe atribuído o mérito de procurar promover um sistema comum de crescimento económico e social. Foi o redactor da declaração de 9 de Maio de 1950, conhecida como “Declaração Schuman”, acto destinado ao projecto de união dos países europeus. Schuman, conjuntamente com Adenauer, De Gasperi e Monnet, são os pais fundadores da União Europeia. Schuman acabaria por ser eleito primeiro presidente do Parlamento Europeu.

O Papa Francisco acaba de reconhecer as “virtudes heróicas” de Robert Schuman, num processo de beatificação aberto em 1990. No documento está realçado como “a fé alimentou e sustentou o seu empenho em trabalhar por uma Europa unida e reconciliada”, enfatizando-se o facto de ter sido um “homem de governo ao serviço de um Estado laico” e assim “respeitava plenamente a laicidade do Estado”, porém “nunca aceitou agir contra a sua consciência, formada na obediência aos mandamentos de Deus e à lei da Igreja”.

Tomás More, nascido em 1477 em Londres, foi advogado e o sucesso fê-lo ascender a parlamentar e ao reconhecimento do rei Henrique VIII. Lutou pela liberdade individual contra o poder arbitrário do Estado. O título de um filme sobre a sua vida traduz uma existência exemplar: “O homem que não vendeu a sua alma”. Defendendo a primazia da verdade sobre o poder, recusou-se a obedecer a Henrique VIII como «cabeça» da Igreja, donde resultou ser por este ser mandado decapitar, mas não sem antes afirmar: “Morrerei como bom servidor do rei, mas sobretudo como servo de Deus”. Foi canonizado em 1935, pelo Papa Pio XI.

O Papa João Paulo II afirmou: “A vida de São Tomás More ilustra, com clareza, uma verdade fundamental da ética política. De facto, a defesa da liberdade da Igreja face a indevidas ingerências do Estado é simultaneamente uma defesa, em nome do primado da consciência, da liberdade da pessoa frente ao poder político”. João Paulo II declarou-o padroeiro dos governantes e dos políticos em 2000, com memória litúrgica a 22 de Junho.

Não é indispensável os políticos venerarem os santos, é até deplorável que cedam à tentação de se fazer passar por cristãos, todavia seria indispensável atentarem nas virtudes destes dois homens – nascidos com um intervalo de mais de 400 anos – e reterem o ensinamento de São Tomás More: “O homem não pode ser separado de Deus, nem a política da moral”.

Artigo publicado no site igrejaacores.pt

Perfil do Autor

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura.
Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores.
Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD.
Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores.
Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta.
Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional.
Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

Renato Moura

José Renato Medina Moura, mais conhecido por Renato Moura. Nasceu na Horta, em 30 de Julho de 1949, mas sempre residiu nas Flores, onde foi chefe da Repartição de Finanças de Santa Cruz das Flores. Foi eleito deputado regional pelo PSD nas I, II, III e IV Legislaturas da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, tendo cumprido o último ano e meio de mandato como deputado independente. Foi presidente de diversas comissões parlamentares e vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD. Representou os Açores na Comissão Luso-francesa. Foi Presidente da Comissão Administrativa da Federação dos Municípios da Ilha das Flores e da Assembleia Municipal de Santa Cruz das Flores. Foi Presidente da Comissão Diretiva Regional do CDS-PP e Vice-presidente do Partido nos Açores e membro eleito por este partido na Assembleia Municipal da Horta. Foi Diretor do Jornal “AS FLORES” durante mais de 32 anos e há mais de uma dezena de anos que é cronista com colaboração regular na imprensa regional. Foi presidente de várias coletividades desportivas, recreativas, culturais e sociais.

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